A dona deste blog está doidinha para poder viver só disto. Assim, aceita todos o tipos de patrocínios. Product placement para mim é canja. Já sabem: Se tiverem coisas que queiram ver promovidas, avisem. Eu topo! Coisas de que eu goste, claro. Não me venham cá com foleiradas, ok? (ou então paguem bem)

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Consultório Psiquiátrico

Recebi este e-mail de uma leitora que me segue atentamente e que foi o escolhido entre os 264824 que recebi esta semana:

"Tia Izi, Tenho um problema que não posso contar a ninguém, por isso procuro-a para que me ajude. Já sou crescidinha, mas não gosto. Prefiro continuar a achar que tenho, e a agir como tal, uns 25 anos. Padeço de uma doença mental, metaforicamente falando, que se chama ciúme. Tenho ciúme de tudo e de todos. Não suporto ver as atenções desviadas da minha pessoa. Preciso de atenção. Muita atenção. Se desviam a atenção de mim o ar falta-me e fico doente. Tenho ciúmes das amigas. Não delas, mas das pessoas que se dão com elas. Quero as amigas só para mim. Acho que elas não têm o direito de gostar de outras pessoas, sem ser de mim. Tenho ciúmes do meu namorado. Fico irritada quando ele sai com os amigos. Acho que ele não tem que ter amigos. Eu, além de namorada também posso ser amigo e dar arrotos e falar de gajas, se ele quiser. Tenho ciúmes dos colegas do trabalho, apesar de eu não trabalhar porque estou muito deprimida e faz agora um ano que estou de baixa psiquiátrica, por causa deste meu problema que me levou à depressão, mas não suporto que falem entre eles. Só deveriam falar comigo, acho eu. Tenho ciúmes da minha chávena de café e detesto quando alguém bebe por ela. Tenho ciúmes até da minha sombra, que faço questão de espezinhar quando ela vai à minha frente. Em suma, o que eu gostava mesmo era que só existisse a minha pessoa na vida de tudo e todos os que comigo se cruzam. Acha que me pode ajudar a mudar, ou então a eliminar as pessoas e coisas que estão a mais? Já pensei em usar um picador de gelo, mas isso iria fazer escorrer muito sangue e eu sou um bocado impressionável. Que faço, Tia Izi?
F.

 Querida F,
A menina, antes de mais, tem de entender que na medida que os anos passam as pessoas amadurecem. Se não amadurecem é porque se recusam a ver o óbvio. De qualquer modo a única ajuda que lhe posso dar é a de a aconselhar a ir a um ortopedista. O que a menina tem é um problema de ossos. Começa com dor de cotovelo e acaba em dor de corno. São dores lixadas, dizem. Agora vá lá pegar no picador de gelo e use-o para as caipirinhas. Experimente beber uma num copo que não seja só seu e vai ver que se diverte muito mais. Se quer que tudo na vida seja só para si e só a veja a si, rodeie-se de espelhos. A querida deve ser uma chata do caraças, só lhe digo. Vá, agora ide lá viver a vida e lembre-se sempre daquela velha máxima da Chiado Editora: "Se a vida te der limões fica com eles. É sempre bom receber cenas grátis!"
Izi

terça-feira, 30 de junho de 2015

Consultório Sentimental

Tenho recebido muitos e-mails a pedir conselhos. Tia Izi, que poderia fazer um dinheirão a vendê-los, dá-os. Imaginem só a generosidade - Eu dou conselhos. Dou todo o tipo de conselhos, mas começo com os sentimentais que são os meus preferidos. Recebi este e-mail, que coloco em anónimo pois Tia Izi salvaguardará sempre a identidade de quem a procura para conseguir encontrar o caminho certo e directo para a felicidade:

 Tia Izi,
Tenho 41 anos e apaixonei-me por um homem da minha idade. Nunca lhe falei, mas ele frequenta o mesmo café que eu e já perguntei à Fátinha, que é a rapariga que atende ao balcão e que também vende o pão lá no café onde vamos, e diga-se de passagem que o pão de lá é o melhor da margem sul e os bolos também são muito bons, mas como eu ia dizendo, perguntei à Fátinha se o conhece e se sabe se ele é casado e essas coisas e a única coisa que ela me soube dizer foi que ele tem 41 anos, porque outro dia, quando ela lhe levou um café com cheirinho, que é o que ele gosta de beber pelas 14 horas, ouviu-o falar ao telemóvel e ao que parece ele fazia anos nesse dia porque respondeu à pessoa que falava com ele que sim, muito obrigado e que já são 41. Ora acontece que eu sonho com ele todos os dias. Sonho acordada e sonho a dormir. Nos meus sonhos vejo que estamos casados e que ele é um machista do pior. Gosta de me ver a limpar a casa, com avental e crista de criada, mas sem roupa nenhuma por baixo e ainda por cima com saltos altos de 12 cms. Tia Izi, ajude-me, por favor. Estes sonhos estão a dar cabo da minha possível futura relação com este homem. O que me aconselha? Falo com ele e digo-lhe que sofro dos joanetes e que não posso usar saltos tão altos? Faço queixa dele à APAV, ou pelo contrário aceito tudo e sou carinhosa? Estou desesperada, ajude-me Tia Izi. 
M.

Querida M,
Sabe bem que o sonho de todos os homens, os que gostam de mulheres, é verem uma mulher nua e nuas todas estamos por baixo das roupas, por isso não precisa de limpar a casa para lhe satisfazer nenhuma vontade. Só o faz se quiser. O facto de sonhar que ele gosta de a ver fardada de criada não faz dele machista, do mesmo modo que quando uma mulher gosta de ver um homem fardado de polícia, não faz dela femichista (não confundir com feminista, ok?). O importante aqui é que perceba que isso é um sonho seu, não dele que não a conhece e se calhar nem sabe que a M. existe. Pior, se calhar até sabe e está-se nas tintas para si. Eu aconselho-a a ver um bom filme antes de dormir. Tente o Pulp Fiction, por exemplo. Vai ajudá-la a arrumar as ideias que, quanto a mim, estão um pouco desorganizadas. Outra coisa que pode resultar é ir falar com ele. Meta conversa. Deve saber como fazer. Pergunte-lhe se pode sentar-se na mesa dele, quando ele estiver a beber o café e fale, por exemplo, sobre a qualidade do pão, que é um tema que todos acham que dominam. A partir daí desenvolva a conversa e passe para outras mais íntimas. Pergunte-lhe se ele gostava de a ver nua, ou se preferia vê-la a limpar a casa, ou ambas as coisas ao mesmo tempo. Tente saber se ele gosta de fardas de criada, ou se prefere uma máquina de lavar e um aspirador. Tudo coisas que são fáceis de falar e absolutamente esclarecedoras sobre o carácter de um homem. Agora beijinho e cuide de si. Lembre-se que a felicidade anda de mão dada com a sua cabeça e tenha sempre presente aquela célebre canção com letra de Camões e cantada na voz do grande tenor Camané, em Dó menor, "sempre que o Homem sonha, o mundo pula e avança como bola colorida entre as mãos de uma criança".
Izi

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Bonnie and Clyde



Eu chamava-lhes Bonnie and Clyde. Era um casal interessante, daqueles que parece que nada têm que ver um com o outro, mas que encaixam na perfeição. Cúmplices, amigos e completamente loucos. Conheceram-se na adolescência, nos anos 70, e nunca mais se largaram. Bonnie era uma miúda de origens humildes e muito inteligente. Clyde era o bad boy cheio de pinta que ela seguia para todo o lado. Nunca assaltaram bancos, nem mataram alguém. Roubavam e faziam-no por puro prazer. A curiosidade aqui é que eles não roubavam bens materiais. Divertiam-se a roubar corações. Funcionavam em parceria e competiam entre eles, sendo que a competição era generosa. Era uma competição partilhada. Saíam com amigos e entre os dois marcavam um alvo. O jogo começava no momento em que a presa era escolhida. Era tudo pensado estrategicamente. O modus operandi era sempre o mesmo: As vítimas eram sempre comprometidas com alguém. Podiam ser noivos, só namorados ou até casadas, mas tinham de ser um par. Depois de escolherem a vitima, só saíam a quatro. Estipulavam um tempo limite, que não era contado em tempo, mas sim em número de saídas a quatro. O limite eram três saídas. Até ao final do terceiro encontro ou havia um coração roubado, ou o jogador perdia pontos. O troféu era o gozo da partilha entre ambos.

Bonnie era muito mais culta que Clyde, mas ele tinha o charme característico dos maus rapazes. Eram o Dream Team. Numa determinada ocasião, estavam em plena ação de gatunagem, tentando Bonnie seduzir o namorado de uma amiga, conversando sobre um livro que tinha lido, usando de uma voz gutural e dando tanto ênfase a algumas passagens que parecia ela própria uma personagem do escrito. Ele mostrava-se interessado e a namorada, sentada ao seu lado, olhava fixamente para Bonnie, como que hipnotizada. Bonnie achou que aquela jogada estava no papo e Clyde sorriu em sinal de aprovação. Mais um pouco e seria o empate a dez. Clyde tinha conseguido o coração anterior, agora era a vez dela. Dez a dez equivale a 20 jogos e todos limpinhos, sem espinhas. Há sempre um momento em que a ação se desenrola e aqui era o momento em que Bonnie precisava de apanhar ar e Clyde pedia ao namorado da amiga para a acompanhar porque ele estava com uma unha de um dedo do pé encravada e por isso, se não se importassem, ia ficar ali sentado, no sofá da boite a conversar com a amiga. Muito cortês, o namorado da amiga foi com Bonnie até ao jardim, situado em frente à porta do clube noturno. Enquanto caminhavam ela falou-lhe das estrelas e de como estas nascem, explicando-lhe que se formam no interior das nebulosas, que são feitas de gás e poeira cósmica, que nascem pela contracção gravitacional de uma parte densa destas nebulosas que, por ser tão densa, não aguenta o seu próprio peso e entra em colapso e que quando a nuvem densa se contrai, forma-se um objecto denso e quente no seu centro, que virá a ser uma nova estrela e só quando a temperatura no seu centro for muito elevada, cerca de 15 milhões de graus, é que a estrela começa a brilhar como uma estrela normal. Falava tão eloquentemente quando eis que torce um pé e se apoia no namorado da amiga para não cair. Gentil e preocupado, ele apressa-se a massajar os delicados astrágalo e escafoide do pé esquerdo de Bonnie. É nesse instante que os seus olhos se encontram e, com os lábios humedecidos e entreabertos, ela balbucia um tímido obrigada. Sem desviar o olhar por um segundo, ele diz-lhe que ela é maravilhosa e que ninguém imagina como ele se sente perto dela.

- Também me fazes sentir bem. Sinto-me especial contigo – contra ataca Bonnie.

- Gostava que as coisas fossem diferentes…

- Mas podem ser. É só querermos. Não precisamos complicar. Se dois querem dois fazem! – Insiste Bonnie.

- Não, tu não entendes.

- Claro que entendo. Eu sinto o mesmo que tu. – Teima Bonnie enquanto lhe passa a mão suavemente pelo rosto.

- Minha querida, és tudo o que eu quero para mim, mas não da forma como julgas.

- Mas podes ter-me como entenderes. Porque é que complicas?

- Não te vejo com os olhos que pensas. Eu não te quero para mim. Eu quero-te! É diferente, percebes? Eu quero ser como tu. És a pessoa que, se eu pudesse escolher quem nascer, seria. Eu quero ser a mulher que tu és. Compreendes?

Bonnie não estava a querer acredita no que ouvia.

- Mas… mas… Tu querias ser mulher?! É isso? Gostas de homens? E a tua namorada? Qual é o papel dela no meio disto tudo? Como é que podes ser assim, disfarçar a este ponto? Não entendo.

- A minha namorada é o meu escudo e eu sou o escudo dela. Nascemos em corpos errados. Ela no meu e eu no dela, por isso completamo-nos.

Bonnie não ouviu mais nada.

- Desculpa, temos de voltar. Estou indisposta.

Não podia ser derrotada desta forma. Ainda estava a tempo de remediar a situação, não ia perder mais tempo com este caso perdido. Tinha de encontrar outro alvo. Ia abortar esta missão.

Entrou na boite, com o amigo atrás dela, e dirigiu-se à mesa onde Clyde falava animadamente com a amiga.

- Desculpem estragar a agradável noite, mas eu não me estou a sentir bem. Alguma coisa que comi, decerto. Vamos ter de ir embora…

Clyde percebeu que o plano tinha corrido mal a Bonnie e levantou-se. Despediram-se do casal de amigos e, já na rua, questionou-a sobre o sucedido.

- Ia perdendo. Ele é gay, percebes? Estás feliz? Pois não estejas porque eu ainda tenho tempo de recuperar. Só saímos duas vezes com eles. Posso ainda apostar tudo numa única saída com outro casal. Não cantes vitória!

Clyde soltou uma gargalhada. – Mas tu ganhaste desta vez, tonta.

- Como assim?

- A tua amiga está apaixonada por ti. Não percebeste isso? Estamos empatados. Dez a dez! O próximo jogo é meu!

- O quê?! Era só o que me faltava. Paixões gays não contam.

- Contam sim. O pacto é roubar corações e os corações não têm género. Estamos empatados!

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Tess

Se calhar a culpa é daquele livro de capa preta que leu quando era demasiado nova para o fazer. Foi Jeanne Cordelier que o escreveu e fez com que Tess mergulhasse num mundo que não é o dela.
Com uma vida aparentemente normal, Tess sonha acordada desde criança. Apesar disso, fez tudo o que achou que a vida queria dela: Casou, pariu um par de filhos, tem um emprego banal e um marido que adora. Contudo, tem uma vida secreta. Imaginária. Gostava de ter sido puta. Livre, puta e sem chulo. Uma puta moderna, daquelas que gerem o próprio negócio, com página na net e tudo. Só de imaginar o profundo gozo de ganhar dinheiro a exibir e a deixar que usassem o seu corpo apenas para o prazer do sexo fica mais animada. Uma animação secreta, intima, perturbadora. A falta de coragem é que lhe tramou os sonhos. Mas nunca nada está perdido e pode sempre ser remediado. Decidiu vestir, por uma só vez, a pele de uma. Não a de luxo, que a ser de verdade seria a sua escolha, mas a outra, de mais fácil acesso e muito mais barata – a de rua. Bastava-lhe para isso colocar-se no local certo, à hora exata. Foi assim que Tess resolveu falar com o marido e propor-lhe um jogo para apimentar a relação. O apimentar foi a versão dela para o marido, pois na verdade ela queria apenas realizar uma fantasia sua, só sua. Disse-lhe que lhe queria fazer uma surpresa e pediu-lhe para sair mais cedo do emprego, no dia seguinte. O marido, ávido por acção e a imaginar coisas que em nada se assemelhavam ao que o esperava, aceitou sem pestanejar. Combinaram que a uma determinada hora ela lhe telefonaria para lhe dizer onde é que se iam encontrar. Assim aconteceu. Ambos saíram mais cedo do emprego e, às 19 horas, Tess ligou-lhe para o telemóvel.
“Amor, onde estás?”
“Sentado no carro, com o cinzeiro cheio de beatas à espera deste telefonema.”
“Vem ter comigo. Estou pronta!”
“Onde?” Perguntou ansioso e precocemente erecto.
“Coina!”
“Desculpa, acho que percebi mal. Queres que vá ter contigo onde?”
“Coina. Quero que venhas ter comigo, agora, a Coina!”
“Coina?! Coina Raita?! Mas o que estás tu aí a fazer?”
“Vim ao Jumbo a Coina. Espero por ti na beira da estrada, perto do Jumbo. Não demores.” E desligou.
Atarantado, preocupado e excitado, ligou o carro e fez-se à estrada, dirigindo-se ao local mais ou menos indicado. A beira da estrada estava, naquele sítio, como é hábito, enfeitada com mulheres para todos os gostos. Enquanto conduzia, imaginava que vida era aquela que as teria atirado para tão decadente situação. Jovens, velhas, magras, gordas, estrangeiras, havia de tudo um pouco.  Resolveu acelerar pois não queria que Tess esperasse mais tempo por ele ali perto, sujeita a sabe-se lá o quê. Ia olhando na busca de ver o carro dela algures por ali. Mas nada. Do carro nem sinal. O telemóvel tocou e ele apressou-se a atender.
“Tess, onde estás?” Perguntou, já preocupado, antes que ela pudesse falar.
“Amor, acabaste de passar por mim. Pára o carro que eu vou ter contigo.” E desligou.
“Parar o carro aqui? Vem ter comigo aqui? Mas o que é que está a acontecer?” Questionava-se enquanto olhava para o retrovisor. Nesse momento vê Tess a caminhar na direcção dele, vestida com uma saia escandalosamente curta, uma blusa pornograficamente decotada e empoleirada numas botas encarnadas, de salto agulha e de cano alto acima dos joelhos. Absolutamente hirto, incluindo a intimidade, bloqueou, como é típico dos homens quando ficam assim.
Tess aproximou-se e com os glúteos empinados para o lado da estrada, debruçou-se pela janela.
“Olá, querido. Queres divertir-te comigo? Podes fazer o que quiseres…”
Só nesse momento ele entende que ela está a realizar uma fantasia e já completamente embrutecido pela excitação, responde: “Fazes tudo?”
“Tudo!”
“Quanto levas?”
“50 euros.”
“A tua colega ali atrás, a romena, também faz tudo por 30!”
“Mas com ela é uma hora. Comigo é a noite toda…”
“Entra no carro!” Diz com voz pré orgástica.
É nesse momento, em que ela começa a entrar no carro, que são abordados pela polícia. “Apanhados em flagrante” é o que se pode ler no auto.
Não foi fácil explicar na esquadra que tudo aquilo foi uma brincadeira entre um casal e que são casados pela igreja católica, com todos os votos sagrados, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza e que estavam a cumprir o voto da alegria e que, para além disso, são um dos muitos particulares que apadrinham um dos animais do Jardim Zoológico de Lisboa, que são mesmo boas pessoas, com filhos e tudo, são dadores de sangue e Tess, na empresa onde trabalha até já ganhou prémios por assiduidade. Não foi nada fácil! Mas, para Tess o pior foi quando uma mulher que também estava na esquadra, para declarações pelo mesmo motivo, o da profissão, dizer à passagem dela “Estás a chorar porquê? Deves ter a mania que és fina. Nem puta sabes ser!”
E a Tess é fina. Mesmo!


quinta-feira, 25 de junho de 2015

Abridura e apresentamento

Olá! O nome é Izi. Na verdade não é, mas eu quero que seja, por isso é!
Fixem: Izi. Três letras. Palíndromo. Descomplicado. Até no inglês oral é fácil. 
Izi é um nome que vai bem com qualquer pessoa. Pode ser uma médica - Drª Izi. Pode ser uma puta. Quem contrata os serviços de uma trabalhadora do sexo é porque quer que as coisas sejam fáceis. Imaginem: Um americano em Lisboa telefona para um serviços de escort e pede "an easy girl, please". Lá vai a Izi. 
Izi é Marketing. Pode ser tudo o que entender ser. A Izi, se quiser, até pode ter uma agência funerária, a "Izi going". Mas não. A Izi não é nada disso. A Izi é uma contadora de histórias. Ouve mais do que fala, mesmo quando fala muito. Ouve e chega ao ponto de viver as situações dos outros, na sua imaginação.
Algumas destas histórias são reais, confidenciadas à Izi. Outras são momentos vividos pela própria. Outras ainda são mera ficção. Vocês nunca saberão o que é dela, dos outros ou inventado. Uma coisa garanto - Tudo isto existe, tudo é possível e a Izi sou eu!